PERSONALIDADES DE MORRETES
Morretes é uma cidade histórica do estado do Paraná, no sul do Brasil. Ela é conhecida por suas belezas naturais e também por ter sido o berço de grandes personalidades da história brasileira. Neste artigo, apresentaremos algumas dessas personalidades que nasceram em Morretes e se destacaram em diferentes áreas.
José Francisco da Rocha Pombo
Poeta, Professor, Jornalista, Historiador, Escritor e Político
José Francisco da Rocha Pombo foi poeta, professor, jornalista, historiador, escritor e político. Nascido em Morretes em 1857, ele era filho de Manoel Francisco Pombo e de Angélica da Rocha Pombo. Estudou o primário em sua cidade natal e, aos 18 anos, já lecionava. Aos 20 anos, publicou seu primeiro artigo no jornal “A Escola”, do Rio de Janeiro. Foi eleito deputado à Assembleia Provincial em 1886, pelo Partido Liberal. Em 1879, fundou o jornal “O Povo” e, ao longo de sua carreira, escreveu para vários outros jornais, como “O Eco dos Campos”, “Castro”, “Gazeta Paranaense” e “Diário do Comércio”. Além de jornalista, Rocha Pombo era também um escritor talentoso, tendo publicado várias obras, incluindo “A Honra do Barão”, “Dadá”, “Supremacia do Ideal”, “Religião do Belo”, “No Hospício” e “Notas de Viagem”. Sua maior obra, no entanto, foi “História do Brasil”, em dez volumes, que é considerada uma das mais completas no gênero. Rocha Pombo faleceu em 26 de junho de 1933, no Rio de Janeiro, e seus restos mortais foram trasladados para Morretes e colocados ao pé da estátua em sua homenagem na Praça Rocha Pombo, em 1966.
João Turin
Artista Plástico
João Turin foi um artista plástico nascido em Morretes em 1875. Filho de Giovanni Turin e Maria Turin, ele passou a infância admirando a natureza de sua cidade natal e encontrando nela a inspiração para sua arte. Aos 30 anos, viajou para a Bélgica, onde estudou escultura na Academia de Bruxelas por cinco anos. Conquistou vários prêmios durante esse período, e seu talento o levou a Paris, onde expôs suas obras no Salão de Paris. Entre suas obras mais famosas estão “O Exílio”, “Busto do Barão do Rio Branco”, “Olavo Bilac” e o busto do diretor da Ecole dês Hautes Etudes, Dr. MarcAuliff. De volta ao Brasil, Turin lutou ao lado de outros artistas para criar um estilo artístico próprio do Paraná, o paranismo. Ele lecionou na Escola de Belas Artes do Paraná e criou diversas obras, incluindo a estátua de Tiradentes, na Praça que leva o nome do mártir. João Turin faleceu em junho de 1949.
Lange de Morretes
Artísta Plástico e Zoólogo
Lange de Morretes Frederico Lange de Morretes nasceu em 1892, filho de Rodolpho Lange e Anna Bockmann Lange. Desde a infância, admirava a cidade e estudou as letras primárias lá. Quando adolescente, seu pai trouxe o mestre Alfredo Andersen a Morretes para ensiná-lo pintura. Lange estudou na Europa, pois o seu mestre julgava-o o melhor pintor paranaense. Primeiro em Leipzig, Alemanha, estudou pintura. Adotou o nome de sua cidade natal, pois na Alemanha o sobrenome Lange é comum. Depois de dez anos, retornou ao Brasil e se dedicou à arte pictórica e à ciência. Lutou ao lado de Turin e Ghelfi para que o Paraná tivesse um estilo artístico próprio, verdadeiramente paranista. Pintou mais de quinhentas telas, com exposições no Brasil e na Alemanha. Na ciência, estudou zoologia, trabalhando no Museu Paulista e, mais tarde, lecionando na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na USP, em São Paulo. Faleceu em 1954, sendo seu funeral realizado em Morretes, onde, atendendo desejo do próprio artista, seu corpo foi sepultado em pé, voltado para o Marumbi. Lange de Morretes é autor dos desenhos em forma de pinhão que podem ser encontrados nas calçadas de Curitiba.
Theodoro de Bona
Artísta Plástico
Theodoro de Bona Theodoro de Bona nasceu em Morretes em 1904, filho de Antonio De Bona e Ceriza Bertazzoni De Bona. Foi aceito como aluno de Andersen em 1922, partindo posteriormente, em 1927, para a Itália, a fim de aperfeiçoar sua pesquisa plástica e teórica. Participou de um grupo de vanguarda italiano alcunhado de ‘’Cà Pesaro’’, dos Salões dos Artistas Venezianos de 1928 a 1935 e também da disputada Bienal de Veneza, no ano de 1930. Considera-se que a fase mais criativa do artista se deu na alvorada dos anos 40, quando demonstra, na liberdade de traço e velocidade do gesto, numa despreocupação com o resultado. De Bona, nessa fase, alcança a linguagem expressionista. Versátil, deixou um vasto conjunto de obras, dentre as quais cintilam cenas de gênero, retratos, alegorias, nus, composições de temática histórica e mural religiosos, além de um considerável complexo de paisagens. Theodoro de Bona foi diretor e professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, lecionando na cadeira de ‘’pintura de nu acadêmico’’. Até a sua morte, em 1990, Theodoro de Bona continuou a produzir obras que foram amplamente reconhecidas por sua habilidade técnica e beleza estética. Além de sua carreira como artista plástico, ele também foi um professor inspirador que influenciou muitos jovens artistas. Muitos de seus alunos seguiram seus passos e se tornaram artistas bem-sucedidos em sua própria direita. Ao longo de sua vida, Theodoro de Bona contribuiu significativamente para a cena artística paranaense e brasileira, deixando um legado duradouro que ainda é apreciado e estudado hoje.
João Negrão
Empresário e Político
João Negrão nasceu em Morretes no dia 19 de dezembro de 1833, no São João da Graciosa. Filho do Capitão João de Souza Dias Negrão e de Rita Maria Luzstoza de Andrade Negrão, teve uma educação primária. Apesar das limitações, João Negrão foi um homem perseverante e se destacou como empresário e político. Ele serviu em vários cargos públicos e foi Deputado a Assembléia Provincial. Membro preeminente do Partido Conservador, João Negrão sempre lutou pela difusão do ensino primário. Além disso, mesmo depois de aposentado, exerceu o cargo de Inspetor Escolar no Porto de Cima e prestou muitos serviços a causa da instituição. João Negrão faleceu em 2 de abril de 1887, sendo muito querido e respeitado pelos seus conterrâneos. Ele deixou um legado de força de vontade e dedicação, sendo lembrado até hoje como um exemplo a ser seguido.
Ricardo Pereira de Lemos
Poeta, Humorista e Charadista
Ricardo Pereira de Lemos nasceu em Morretes no dia 15 de maio de 1871, filho de Antonio Pereira de Lemos e Saturnina Guimarães Pereira de Lemos. Concluiu os cursos primário e de humanidades e trabalhou como funcionário público estadual. No ano de 1919, Ricardo Pereira de Lemos exerceu o cargo de Secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública no governo de Afonso Alves de Camargo. Ele era um poeta humorista, com um estilo correto e elegante. Suas colaborações foram publicadas em vários jornais e revistas curitibanas, como O Cenáculo, o Sapo, Azul, Diário da Tarde e Cartão Postal. Sócio fundador do Centro de Letras do Paraná e Patrono da Cadeira número 36 da Academia Paranaense de Letras, Ricardo era tímido e retraído, sempre fugindo dos aplausos. Ele versejava com correção e era adepto de pseudônimos, como Garrone, F. A. Brício e Alberto Cadaveira. Excelente cultor de Édipo, compositor e decifrador de charadas, logogrifos e enigmas, ele também era filatelista e colecionava com carinho pelo menos uma crônica ou uma poesia de cada confrade. Ricardo Pereira de Lemos publicou em 1898 um livro com quarenta e uma peças de versos humorísticos intitulado “Ventarolas”, o primeiro livro de versos jocosos a ser publicado no Paraná. Em abril do mesmo ano, o “Sá Pinho” (pseudônimo de Leocádio Correia), na revista “O Sapo”, espalhou a notícia de que Ricardo estava distribuindo exemplares de sua obra em pleno inverno. Casado com Rosinha Taques, Ricardo teve três filhos, entre eles o cantor lírico Túlio de Lemos. Ele faleceu em Curitiba, após algum sofrimento, no dia 11 de outubro de 1932. Ricardo Pereira de Lemos deixou sura marca na historia da cultura e literatura do Paraná, sendo reconhecido como um dos grandes nomes da poesia humorística e dos jogos de palavras no estado. Suas contribuições para jornais e revistas curitibanas mostram sua habilidade em compor versos com correção e elegância, além de sua capacidade de criar charadas, enigmas e logogrifos. Lemos foi ainda um colecionador apaixonado, reunindo crônicas e poesias de seus confrades. Seu livro “Ventarolas”, publicado em 1898, foi o primeiro livro de versos jocosos a ser divulgado no Paraná e teve grande sucesso. Apesar de sua timidez e reclusão, Lemos deixou um legado valioso para a cultura paranaense.